Greve às compras no dia 24 de Dezembro



Sabia que, em 2006 e 2007, do bolo total de 'gastos' das empresas portuguesas, apenas 12,5% , em média, foram custos laborais (ou seja, salários)? doze-e-meio-por-cento?


... Nesse caso, como é possível que possa assim ser tão significativo o impacto do aumento de 25€ no salário mínimo (uma percentagem mínima desses 12,5%...) nas contas das empresas, a ponto de justificar isto ?

Quanto é que ganha quem toma estas decisões?

Andam a fazer de nós parvos. A desculpa da crise está a permitir que a finança e o 'direito a lucrar' pressione ainda mais os trabalhadores precarizados e explorados, the bottom of the food chain.

O Código de Trabalho que temos permite, por exemplo, o que a SONAE se propõe fazer: aumentar para 60h de trabalho a semana laboral nos hipermercados, consoante a necessidade da empresa na quadra dos ho-ho-hos. Não contratam mais gente, apesar do desemprego (e, logo, da disponibilidade de mão de obra), apesar do trabalho barato - sobrecarregam os trabalhadores que têm ao dispor, e não pagam horas extraordinárias, apesar dos lucros.


Por tudo isto, os trabalhadores dos hipermercados e supermercados marcaram uma greve, para o dia 24 de Dezembro.
Uma greve contra o direito a fazer as pessoas trabalhar 10h por dia (que, com o tempo de refeição e os transportes pendulares de e para o trabalho se transformam em 12h ou mais),contra o Código de Trabalho que temos, que legaliza escravaturas de várias formas e feitios, contra o que se adivinha: o desaparecimento de quaisquer regulações laborais em nome do mercado global, da diminuição constante do valor do trabalho face ao da finança especulativa, que vai indo, bem, obrigada.
Esta é uma greve bem pensada: num dia de pressão grande no mercado à conta das compras de última hora, num dia que é simbólico q.b.
Num dia que pode dar que falar.

... E esta é uma greve em que nós podemos todos ajudar:
BOICOTE OS HIPERMERCADOS E SUPERMERCADOS NESSE DIA.
Não faça compras.
Antecipe, ou adie.
Seja um não-consumidor solidário.
Dê força ao protesto - e passe mensagem...


Texto retirado do blog: oblogouavida.blogspot.com

Imagem retirada do blog: ideiaspaposebesteiras.blogspot.com


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"Um revolucinário tem grande sentimento de amor. Amor pela humanidade, amor pela justiça e amor pela liberdade."
Che Guevara


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Charles Chaplin



"Não quero renunciar à deliciosa liberdade de equivocar-me."
Charlie Chaplin


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CONTRA A CORRUPÇÂO : TRANSPARÊNCIA

As mais recentes revelações sobre acções de corrupção que delapidam muitos milhões de euros do erário público obrigam-nos a pensar que o remédio para estes males também está nas nossas mãos. Quer se trate de sucatas , Freeport , Portucale, CTT de Coimbra , quer se trate de submarinos ou quaisquer outras.

A mais completa transparência nos processos e a maior democraticidade nas relações, devem constituir a pedra de toque de qualquer instituição que se pretende democrática.

As corrupções e tráficos de influências, nas suas mais variadas formas, são como cancros que corroem a democracia e que promovem o afastamento dos cidadãos da politica, comprometendo, seriamente o funcionamento e a credibilidade das instituições democráticas.

A resposta dos cidadãos só pode ser uma: a participação activa e constante na coisa pública ( res publica), que leve a uma vigilância constante que seja preventiva das situações de desrespeito da legalidade e quando da exigência de uma intervenção da justiça, esta seja célere, completamente isenta e sem privilegiar ninguém.

Só com uma tal prática será possível repor uma verdadeira ética republicana e contribuir para credibilizar a actividade política como causa nobre que deve ser.

Esta foi a luta de tantos de nós antes do 25 de Abril de 1974 e não pode deixar de continuar a sê-lo, agora, que vivemos em democracia.

A democracia implica o respeito pela opinião alheia, mesmo que estejamos em desacordo com ela. A forma de, a ela, nos opormos é usando uma boa argumentação. A diversidade de pontos de vista só enriquece a democracia.

Daí resulta a necessidade de as maiorias circunstanciais deverem respeitar as minorias, igualmente circunstanciais, sem qualquer manifestação de arrogância ou de sobranceria.

A isto se pode chamar a cultura democrática e a sua implementação é obrigação de todos os que se reclamam de democratas.

A sociedade, no seu todo, só tem a ganhar com a estrita observância destas regras básicas.

Não pretendo dar lições a ninguém, nem arrogar-me acima da prática que vai sendo habitual na nossa sociedade. No entanto considero importante lembrar, de vez em quando, algumas verdades que parecem esquecidas nos dias que vamos vivendo.

O novo ciclo que se começa a viver pode e deve ser aproveitado para rever práticas que se mostraram erradas .

Os portugueses em geral e os matosinhenses em particular esperam que aqueles em quem depositaram a responsabilidade de gerirem os negócios públicos respeitem as indicações que foram dadas nas votações e não as corrompam com negociatas de gabinete. Essa é a regra básica que deve orientar a vivência de uma democracia sã.

Cumpre-nos estar alerta na defesa da qualidade de vida, bem como da qualidade da democracia em que nos for proporcionado viver.

Não estamos dispostos a permitir qualquer menosprezo pela liberdade de opinião, seja porque forma se apresente.

Não podemos pactuar com falta de transparência, mesmo que venha “empacotada ” com as maiores modernidades.

Concluo, que nos cabe a mobilização dos cidadãos para as questões que lhes dizem respeito. Há práticas que começam a ser implementadas em algumas autarquias do nosso país que levam a uma maior participação dos cidadãos.

Continuamos a pensar que este é um caminho a seguir para melhorar as condições de vida em Portugal e logo em Matosinhos.


José Ferreira dos Santos


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Comentário ao texto de introdução ao blog


A nota introdutória emocionou-me. Emocionou-me muito! Emocionou-me, não só porque conheço a Ana, mas também pela forma tão sadia e jovem como descreve que o mundo é feito de mudança, de tal modo que me revi tão jovem quanto ela na lucidez da dança das ideias. Emocionou-me porque estende a luta ao seu brilhante papel transformador, transformador da vida e das instituições, opondo a liberdade à podridão corrupta que gira em torno do poder neo-liberal. Emocionou-me porque opõe, mais uma vez, essa gigante imagem de nome liberdade ao grande capital manipulador e opressor, em nome de uma falsa democracia que lhes dá visibilidade, poder de decisão e exploração desmedida. Emocionou-me, por fim, porque estende a liberdade a esse imenso ardor que se acolhe no peito e que se exprime como amor – como mudança – como revolução.

Pedro F. Martins Pereira


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EU VI ESTE POVO A LUTAR



EU VI ESTE POVO A LUTAR
(Confederação)

Letra e música: José Mário Branco

Eu vi este povo a lutar
Para a sua exploração acabar
Sete rios de multidão
Que levavam História na mão

Sobre as águas calmas
Um vulcão de fogo
Toda a terra treme
Nas vozes deste povo

Mesmo no silêncio
Sabemos cantar
Povo por extenso
É unidade popular

Somos sete rios
Rios de certeza
Vamos lá cantando
No fragor da correnteza

Eu vi este povo a lutar
Para a sua exploração acabar
Sete rios de multidão
Que levavam História na mão

A fruta está podre
Já não se remenda
Só bem cozidinha
No lume da contenda

Nós queremos trabalho
E casa decente
E carne do talho
E pão para toda a gente

Ai, meus ricos filhos
Tantos nove meses
Saem do meu ventre
Para a pança dos burgueses

Eu vi este povo a lutar
Para a sua exploração acabar
Sete rios de multidão
Que levavam História na mão

Alça meu menino
Vê se te arrebitas
Que este peixe podre
Só é bom para os parasitas

Só a nosso mando
É que há liberdade
Vamos lá lutando
P’ra mudar a sociedade

Bandeira vermelha
Bem alevantada
Ai minha senhora
Que linda desfilada

Eu vi este povo a lutar
Para a sua exploração acabar
Sete rios de multidão
Que levavam História na mão


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INQUIETAÇÃO


INQUIETAÇÃO

Letra e música: José Mário Branco

A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes

São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei – ainda

Ensinas-me a fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas

Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco p’ra chegar
Eu não meti o barco ao mar
P’ra ficar pelo caminho

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei – ainda

Há sempre qualquer coisa que está p’ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei – ainda

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está p’ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda


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Lei publicada no salazarismo. Agora tem graça...

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É preciso rir...





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Campanha Autárquica – Matosinhos à Lupa




Viveu-se mais uma carreira de um espectáculo do teatro político! No palco de Matosinhos, os grandes aspirantes a protagonistas, o binómio Narciso Miranda / Guilherme Pinto, esgrimiram de uma forma nem sempre bonita pela conquista do pódio. Os cartazes dos candidatos, colocados em prazos bastante anteriores aos oficialmente definidos, ornamentaram locais estratégicos do concelho e provaram o talento inato de cada personagem para a arte da pose. A miscelânea de cartazes variava de tempos a tempos e, para além de desvendar a riqueza de sessões fotográficas e poses não tão sensuais assim, exibia o pote de “moedas de ouro” esbanjado em tamanhas campanhas de propaganda!
Ao lado das contas pouco transparentes, o duelo público entre o Sr. Miranda e o Sr. Pinto, interrompido ocasionalmente por um pára-quedista que, pendurado em “aeróstato estrangeiro”, surgia para irromper alguma monotonia política ou discursos viciados, arrasava, muitas vezes, com a campanha de partidos com menos photoshop. As máscaras usadas pelos três “gigantones” da campanha matosinhense, e refiro-me, por exemplo, aos acessórios pessoais oferecidos ou até mesmo à Narciso Fashion, as t’shirts distribuídas em massa, pareciam servir a um povo despido de valores políticos mais profundos. E quantos mais brindes eram cedidos mais a histeria era o nível de resposta de um eleitorado levado por este baile de disfarces!
Ainda distante desta realidade circense que, aparentemente, hipnotiza a entretém as mentes do eleitorado local, o Bloco de Esquerda moveu-se, ainda que timidamente, em comparação com a actividade autárquica de 2005, de forma coerente e com objectivos bem definidos. Visivelmente sofrendo o golpe propagandista da concorrência desleal das campanhas avassaladoras do PS, Narciso Miranda e PSD, o B.E. manteve a autenticidade das propostas que o caracteriza, embora na estratégia de acção prática tivesse carecido de um maior plano de intervenção directo junto das pessoas e dos problemas reais. Se a bipolarização em nada ajudou na conquista de novos lugares de representatividade e intervenção, a falta de contacto suficiente com as populações prejudicou, na minha perspectiva, a campanha autárquica do Bloco.
Tal como na campanha autárquica há quatro anos atrás, em que o trabalho de campo foi mais intenso, a última campanha deveria ter sido desenhada com vista a uma maior participação na vida da comunidade, a uma maior conversa com as pessoas, com as associações e colectividades… Apesar da dedicação genuína de alguns militantes e simpatizantes, faltou um melhor planeamento de intervenção e sensibilização local, faltou a existência de grupos a manifestarem-se publicamente e a denunciarem problemas de uma forma mais assídua, activa e criativa. Se o desperdício financeiro dos senhores Pinto, Narciso e Aguiar os auxiliou, de certa forma, a se destacarem de um palco, muitas vezes, sem luz, o Bloco de Esquerda, para além de usar a sede pela concretização prática do conceito autêntico de liberdade e democracia como ingrediente essencial, deveria ter usado mais da sua criatividade, sensibilidade e humanidade para tocar as pessoas e assim se fazer sentir mais perto e acessível. Um pequeno exemplo disto é a iniciativa do Bloco, que fechou as cortinas da campanha autárquica de 2009. A união, a autenticidade e a energia transpiradas pelo grupo que percorreu as ruas de Matosinhos naquela tarde solarenga de Outubro provaram que algo foi subestimado nos planos de acção da campanha. Deveriam ter-se feito mais acções de rua como esta ao longo do percurso percorrido!...
Mas isto não é derrotista! Que esta última acção seja antes um exemplo para que se desenvolvam mais iniciativas do género, que permitam o B.E. afirmar-se como a esquerda e a alternativa de confiança, que se distingue por um política apaixonada e subversiva!
Deitando abaixo qualquer ideia ou demonstração patética de politica populista, demagoga, corrupta, oca… Incendeio com esperança o caminho, nunca simples, de uma jornada que se quer agitada, entusiasta e combativa, para assim podermos chegar a um dia e saborear uma mudança radical, que conduza a uma sociedade mais justa e livre!


Ana Garcia


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Breve Reflexão




EUROPEIAS

Três deputados europeus eleitos. Cá está a terrível esquerda nos corredores de Bruxelas. Sejamos realistas: Deixamos de ser, definitivamente, simpáticos aos olhos da informação e dos comentadores engravatados – convenhamos que a gravata é o único estatuto que os avaliza e os torna comentadores clássicos e convenientemente formatados pela comunicação vigente. Na noite eleitoral houve um que, com uma espécie de ataque de apoplexia gritava: “ Já vão outra vez para a sede do Bloco de Esquerda? Até parece que foram eles que ganharam as eleições”.

Este resultado deve ser exemplar para a esquerda europeia. A globalização obriga-nos a enquadrar-nos numa perspectiva internacionalista. O nosso exemplo de esquerda plural, democrática e socialista, capaz de ter óptimos resultados eleitorais e de combater pela justiça em toda a sua dimensão económica, política e social, deve estender-se de forma solidária e fraterna pela Europa. Os maus exemplos como o de Itália, onde o enquadramento institucional levou ao desaparecimento daquela que parecia uma esquerda popular e socialista, devem conservar-se na nossa memória como irrepetíveis.

LEGISLATIVAS

Reitero a minha autocrítica por não ter participado de modo consistente e continuado em anteriores campanhas eleitorais. A ida a Lisboa, naquela que foi anunciada como a maior iniciativa da história do Bloco, foi o toque mágico para passar a colaborar intensamente nas campanhas. A emoção e a agitação contagiante, provocou arrepios e lágrimas desde a tribuna até aos confins da sala Tejo. O adormecido espírito revolucionário regressava em maré alta, ao som de “está na hora de fazer a luta toda” acompanhado pelo colorido das bandeiras esvoaçantes. Isso mesmo: A LUTA TODA!

No acto eleitoral a justeza da luta toda estava lá – duplicação do número de deputados. Apesar dos lapsos e equívocos na última semana, debate com Sócrates, PPR e peixeiras, que talvez nos fizeram derrapar ligeiramente, a duplicação deveu-se à coragem e correcção da nossa grande proposta: FIM DA MAIORIA ABSOLUTA. Não foi só a visibilidade televisiva do grupo parlamentar que fez aumentar o nosso número de votos. Foi essencialmente a forma decidida e determinada como lutamos na rua pela justiça na economia, pelo direito à educação e saúde, contra o código do trabalho, contra a avaliação dos professores, contra a desagregação do serviço nacional de saúde, contra o tratamento dado aos refugiados marroquinos, contra a violência doméstica, contra … Fizemos a luta toda. Fomos a esquerda da marcha pelo emprego, a esquerda de confiança, a esquerda de combate, a esquerda popular e socialista. No parlamento demos maior visibilidade a esta luta, mas essa visibilidade não seria possível se não estivéssemos na rua. A esquerda fica grande, muito grande, na rua.

A estratégia definida e moldada em torno da luta contra a maioria absoluta foi bem delineada e conseguida. Faltou dar resposta a algumas provocações de direita, nomeadamente a de Portas sobre a Albânia. Ficou claro no discurso de Louça a incompreensão pela importância que estava a ter a intervenção de Paulo Portas, generalizada a todo o Bloco, ao afirmar que a direita está derrotada, após a inventona de Belém, e que o importante era derrotar a maioria absoluta. Atingimos aquilo a que nos propusemos: mais de meio milhão de votos, dezasseis deputados. O discurso de Louça, arrogante e despropositado, na noite eleitoral, poderá ter tido efeitos nefastos no acto eleitoral posterior, em função dos comentários ouvidos na opinião pública. Foi uma pequena nódoa na festa eleitoral da esquerda grande.

AUTÁRQUICAS

Esta esquerda nunca percebeu o processo nem o interesse autárquico. A necessidade de aprender não justifica a ausência de estratégia e tácticas pontuais. Na convenção decidiu-se que não haviam alianças. O que foi decidido está decidido. A conjuntura, que até pode ser diferente passado um mês, não interessa. Esta atitude, se assim é ou se assim foi, obedece a um princípio institucional ou convencionalista, a roçar o dogmatismo frouxo e burocrático, que nada tem que ver com a esquerda que temos vindo a construir. Um camarada disse-me, porque reconheço que nunca dei grande importância às autarquias, que o importante é estar lá. Isto significava que o importante era termos vereadores, para conhecer por dentro tudo que é dossier, projecto, jogada de bastidor. A importância passa pela aprovação ou pela denúncia. Dá visibilidade ao partido.

Em Lisboa e Porto falhamos os objectivos. Estrategicamente apontamos para a eleição de vereadores e combate à maioria absoluta. Louça esteve no Porto e Lisboa com o mesmo discurso das legislativas contra a maioria absoluta. Em Lisboa, nas anteriores eleições autárquicas tal como apoiamos Sá Fernandes deixamos de o apoiar. Sem grandes explicações para justificar o apoio, tal como sem grandes explicações para justificar a retirada de apoio. Só por si o apoio pareceu envergonhado. O reaparecimento do tal “velho general estouvado” Santana Lopes, fez juntar várias vozes bem conhecidas em torno de António Costa. Um forte movimento popular começou a manifestar-se contra a possibilidade do regresso do estouvado, pois percebeu a perigosidade da demagogia e maleabilidade que este demonstra no terreno. Com Roseta ou sem Roseta, com Fernandes ou sem Fernandes, deveríamos ter estado neste movimento e ter exigido a eleição de dois vereadores. Um acordo, repito, com Costa para aprovar ou denunciar com conhecimento directo da causa. O voto popular revelou desacordo pela falta de unidade.

No Porto, face à debilidade da candidatura de Elisa Ferreira, até em desacordo com a estrutura local do partido da senhora, uma aliança seria incomportável e inadequada às nossas pretensões. Será necessário criar no imediato um movimento anti-Rio. Um forte movimento popular que conduza à elaboração do livro negro da actuação “Rio”, onde se escreva para ficar na memória dos portuenses as atrocidades cometidas e que permita defender os interesses públicos das garras dos privados.

No que concerne a Matosinhos, entendo que a estratégia adoptada pelos camaradas presentes na reunião da decisão, conduziu a um certo amorfismo e tristeza. Retirou o necessário espírito combativo, aguerrido e felino que caracteriza o Bloco. Errar na estratégia ou na táctica a adoptar é legítimo, mas não discutir como a campanha estava a decorrer para podermos corrigir o que eventualmente estava mal é absolutamente inadequado. Não considerando a intervenção nos órgãos de comunicação local, toda a restante campanha foi nula quanta à demarcação e denúncia dos outros candidatos. Realço a disponibilidade e entrega de muitos camaradas nas acções de propaganda e colagem de cartazes. Deveriam ter sido feitas reuniões para que todos pudessem opinar sobre o estado da campanha. A arruada musical foi o grande momento da nossa campanha. Merecíamos mais arruadas por todo o concelho. Fez lembrar os contagiantes momentos de alegria do “25 de Abril”, em que nos embrenhávamos entre o povo com a vontade inebriante de cantar e dançar em liberdade. As pessoas acorreram às portas curiosas e ficaram com um imenso sorriso a inundar-lhes o rosto. Uma campanha diferente para uma política diferente. A liberdade andava por aí.

IMPLANTAÇÃO/TRABALHO DE BASE

Acredito que seja importante a organização em torno das estruturas autárquicas. Na Assembleia Municipal e nas Assembleias de Freguesia, a presença de um grupo de estudo e de análise poderá ser importante. O apoio ao camarada eleito pela Senhora da Hora não pode ser descurado. Daqui poderá resultar uma folha autárquica a distribuir pela imprensa e pela população do concelho. Todo este trabalho não chega para dar frutos futuros. Ajudará mas não chegará.

O trabalho junto de associações culturais, recreativas, desportivas, moradores, ambientais, também terá de ser uma forte componente de implantação do Bloco. Conhecer e divulgar os seus problemas, ajudando a resolvê-los será uma importante tarefa. O passeio “cicloturistico” proposto por um camarada, será interessante para a divulgação das lutas que o Bloco trava. Serão acções de rua, de bairro, em associações populares que nos darão visibilidade. As arruadas musicais invadindo cidades, freguesias e bairros, chamando a população para conversar connosco e propondo sessões públicas para falarmos dos problemas, poderão resultar. Dos problemas locais e nacionais. Podemos organizar jornadas de luta. Se em cada sessão aparecerem cinco, será um êxito. Se ficarem dois como aderentes, e os restantes como simpatizantes, então seremos enormes. Seremos a esquerda grande, a esquerda que junta forças.

Lutemos com firmeza contra a “institucionalização” do Bloco. Lutemos com determinação contra a ideia do encerramento entre paredes, esperando que a comunicação social divulgue os nossos escritos ou as imagens parlamentares. Contra o “cinzentismo” levantemos a bandeira da criatividade; contra a burocracia calcorreemos as pedras da rua com o sentimento de luta e de liberdade. Se isto é “folclore”, que o seja mas do genuíno com reconhecidas tradições populares.

Como esquerda de confiança, os camaradas ou aqueles que votam em nós, confiam que somos o porto de abrigo da sua revolta, do desejo de mudança, ou então uma espécie de amante onde podem aconchegar-se e abraçar ideias. Somos a esquerda da mudança, da mudança com paixão, em suma: da revolução.

Pedro F. Martins Pereira





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Texto de Introdução ao Blog



Não há evolução sem contestação, sem movimento e agitação. A mudança acontece depois da discussão livre, do debate aberto, da partilha de ideias, mesmo que isso implique pôr em causa valores intrínsecos, questionar instituições fundamentais, quebrar com fundações para se criarem outras. É na agitação que se sente o pulsar do coração! A liberdade de expressão deve ser usada na rua a favor da intervenção, da denúncia de qualquer demonstração de censura, repressão, intimidação, preconceito, discriminação… É contra o silêncio, a apatia, a corrupção, que deve existir uma luta forte, sincera, subversiva, apaixonada, apoiada na união e solidariedade das pessoas reais, que fazem a sociedade e a devem transformar constantemente num meio onde seja possível uma vida melhor, mais equitativa e livre.
É na ruptura efectiva com valores atrasados e desenquadrados e na busca de novas alternativas que novos horizontes se avistam. Façamos que o grito das pessoas se ouça alto e ecoe em nome da Liberdade e da Revolução!

Ana Garcia


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